quarta-feira, 1 de setembro de 2010

apenas leia.

Há alguns minutos cheguei de uma incursão da escola, e estou morrendo de vontade de escrever, mas como não estamos em aula de redação, vai ser aqui mesmo.
Fomos ao subúrbio aqui da cidade de Salvador, saindo lá da escola mesmo, num ônibus com ar condicionado e conforto, para nos dirigirmos a uma realidade diferente da nossa, e que, infelizmente, é triste. Como disse no outro post, não sou muito sentimental, mas estou me revelando bastante. Vou confessar que fiquei muito mexida com aquele lugar que parece não estar incluso em minha cidade, pois algumas pessoas o consideram como uma outra cidade.
A proposta era pegarmos o trem, mas ao chegarmos lá encontramos uma greve. Alguns colegas ficaram revoltados, pois acharam um absurdo não fazer a parte "principal" do trabalho. Concordei plenamente com os professores que estavam nos acompanhando, quando eles discutiram sobre o assunto tentando acalmar os ânimos de adolescentes que queriam andar de trem, e me fizeram pensar: porque fazem greves? a resposta é muito básica, porém ainda assim complexa e triste, ao pensar que esses trabalhadores não tem o reconhecimento que deveriam ter, e são ignorados pelo governo, apenas mais um trabalhador nessa cidade. O mais engraçado, é que ao percorrermos o caminho no ônibus, não faltavam propagandas eleitorais desses mesmos corruptos que não faziam nada para melhorar a vida de pessoas esforçadas.
Tenho a certeza de que alguns colegas, quando chegaram em casa, simplesmente entraram na sua bela "zona de conforto" - como diz minha professora - e não tenham dado a mínima para o que vimos lá. Sinceramente, não pensei que fosse refletir tanto sobre o assunto, mas ver aquelas casas coladas umas nas outras, lixo, uma coletividade da qual não estou acostumada, me tocou. As vezes reclamo muito sobre não comprar um sapato em uma loja de um shopping, mas brigo comigo mesma por estar reclamando por algo tão "besta", quando outras pessoas não tem a oportunidade de reclamar por isso, e sim por não ter um prato de comida garantido todos os dias, em horas marcadas.
É basicamente isso, e acho que isso não foi apenas uma incursão, foi muito além de estar num ônibus com meus colegas, é algo que realmente me fez refletir sobre o mundo que está ao meu redor - e eu não estou satisfeita com ele. Tenho que citar que fiquei incomodada por estar acompanhada de seguranças, uma farda que dizia de onde eu vinha, e que em alguns momentos me fez pensar que estava conhecendo algo completamente diferente do que eu já vi... me senti uma "burguesinha". Pensem nisso.

Beijinhos, Lari (:

3 comentários:

  1. Nossa! É difícil achar garotas de 16 anos com um pensamento desses... estou impressionada! Não moro em Salvador, mas aqui em São Paulo não é muito diferente. Triste realidade!

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  2. verdadi e não só em vários estados acontece isso, mais tambem em varios Países! As pessoas só pensam em si mesmo e não enxerga ao próximo, acham que só aquilo que pensam,acham e fazem é o certo, o correto! e é triste isso acontecer.

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  3. Você está supercerta LARI! Parabéns por pensar assim!

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